NA MATA ESCURA

Espantado e incrédulo

Ergui o rosto com medo

Não eram meus irmãos

Batiam duro com as mãos

E seguravam canos de fogo

Que rebentavam em clarões

Naquela noite senti o medo

Muito medo daqueles trovões

Agachado sozinho tremendo

Fiquei acordado e paralisado

Na selva que não me pertencia

Ardia no vermelho em segredo

E impugnava triste por silêncio

Senti que nos olhos havia água

Água da minha fonte selvagem

Que nunca me quis triste e só

Hoje a noite não me trouxe paz

Jaz acesa para sempre em mim

A lembrança do medo que senti

Na minha mata escura assim

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 06/05/2016
Código do texto: T5627327
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