NA MATA ESCURA
Espantado e incrédulo
Ergui o rosto com medo
Não eram meus irmãos
Batiam duro com as mãos
E seguravam canos de fogo
Que rebentavam em clarões
Naquela noite senti o medo
Muito medo daqueles trovões
Agachado sozinho tremendo
Fiquei acordado e paralisado
Na selva que não me pertencia
Ardia no vermelho em segredo
E impugnava triste por silêncio
Senti que nos olhos havia água
Água da minha fonte selvagem
Que nunca me quis triste e só
Hoje a noite não me trouxe paz
Jaz acesa para sempre em mim
A lembrança do medo que senti
Na minha mata escura assim