Byron...
Serpenteia pelos teus versos o ostracismo,
Um nauseabundo desejo de redigir a vil poesia
Crente que as lágrimas deste romantismo,
Acalmassem este teu ébrio caráter de vilania!
Fostes o desgraçado nestes terras alheias,
A estrela maldita que alumia sem nenhum afã,
Um lorde sem a classe que te permeias,
Luziu em meio as trevas como sombra de Satã
No entanto, levastes aos lábios libertinagem
O veneno dos seios róseos que palpitam desnudos,
Sentindo nesta pele enlanguescida a aragem
D’uns sonhos diabólicos, assim mesmo imundos!
Tresandou tua fronte a miséria das idéias,
Versando solto na rima tantos desamores tão irreais
Eram apenas as quimeras.Míseras matérias
Das noites embriagadas nos teus desejos nupciais!
Descansa poeta, pois a fragata da vida,
Sussurrou o adeus em tuas têmporas tão frias,
Da existência não deu-lhe a despedida
Nesta cova que silenciosamente teu nome rias!