POESIA EQUIVOCADA
Sinto a poesia esvaindo-se de mim,
Indo para algum lugar distante,
Morar noutro coração pulsante,
Pois o pulsar do meu vislumbra o fim.
Vejo, agora, que poesia não é algo que se quer,
Autônoma, chega e sem pedir licença,
Invade o corpo, não se apresenta,
Não importa se criança, adulto homem ou mulher.
Oh! A poesia, essa arte tão antiga,
Que acompanha poetas desde os primórdios,
Que foi consolo de Homero, o poeta grego,
Quis em meu peito também fazer cantigas.
Contudo, logo percebeu que de peito se equivocara,
Tomou sua lira, e já longe vai naquela estrada.