FLORES MORTAS
(ou DUAS PUTAS)

Uma que se perde na vida,
outra que se desencontra.
Amargas as bocas falam
da inapelável perda.

Os sonhos em latas velhas
à venda no sujo quiosque
sorriem seus dentes tortos
na ânsia de receber o sal.

Os homens regam com lágrimas,
suor e esperma derramado
o chão dessas flores mortas,
malditas em suas cores berrantes.

Quem nunca quis ser alguém
nesse mundo de invisíveis?