O trem logo vem.
Não há palavra a ser dita
no vão espaço de tempo
em que a donzela dormente grita
em sonhos de vida, tormento.
A escuridão do vazio espera
a única vaga do dia
em que sozinha lampeja
raios unidos à esfera.
Contar a história é posto de quem assiste
vê-de a menina correndo triste
não há príncipes mais nesse globo
e todo menino é visto como bobo.
Abrir o livro e pensamentos vêm
dignos trilhos e angústias têm.
Quantos segredos elegem alguém
faz-se santo e dignifica o pranto.
Espera bem
e o trem logo vem.