POESIA – A fila anda – 30.12.2015
Meu pai andava tristonho no último Natal, até por que já estava doente. Compôs esses versos, todavia não os publicou. Indagado, disse-me que não gostou do que escrevera. Insisti com ele e fui autorizada a publicá-los. Nem sempre o poeta está com inspiração à flor da pele, mas na verdade não deixa de ser uma poesia interessante, embora tristonha. Aliás, ele tem muitos trabalhos concluídos e sem publicação. Um abraço da Sandragus.
POESIA – A fila anda – 30.12.2015
Neste Natal tentei fisgar um novo amor
Uma mulher maravilhosa, sensual,
Eu que estava sofrendo alguma dor
Por ter perdido uma amizade banal...
A fila anda já dizia a própria vida
Amor eterno já não mais existe
O que há é mulher comprometida
A fingir que ama, mas seu mundo fica triste...
Mais uma vez fiquei sobrando na avenida
Ninguém me quis e voltei ao que era antes
Nem mesmo uma sobra ou uma perdida...
Então me recolhi à insignificância,
No retorno encontrei a da infância
Bem linda e bem ornada com brilhantes.
Ansilgus