Febre
a libido insone entope
canais intravenosos
e a corrente sanguínea
vira ao avesso
passo atrás
ante o abismo
a frente
aquieto na indecisão
desarmada de fé
fragilmente
sou tragada num abraço desconhecido
amoleço, emudeço, emociono de frio
meu choro interno ouço só,
me rego, mergulho e afogo
antes de saber ao certo
o fim que levo, enlevo a falta ao quadrado
à razão exponencial da dor que me cerco
a profunda redundância egoística do ego
sensibiliza os poros e à qualquer toque que invento
minguo um pouco mais ligeiramente lento
suicido involuntariamente
passo-a-passo,
morrendo
passo o tempo