Recordações

Só recordações restaram e a vontade

Do beijo celado na madrugada de amor...

Da vida jorrando, só eu e você, nós dois,

Dois galhos amararrados, numa só flor...

Quimeras, sonhos loucos de dois idiotas,

Que os espinhos sem dó alguma feriram,

Peitos dilacerados, abertos, indefesos...

Que frágil ninho nas nuvens construiram

Só recordações nos restaram e lágrimas

Regando, afogando todas as promessas,

Nossa fantasia rasgou, o brilho desbotou,

Um raio de imenso orgulho nos atravessa,

Sou uma parte lembranças... outra raiva

De mim, da vida, da hipocrisia, do mundo!

Amor não acaba, mas desprezado se perde,

Grito socorro e você acomodado fica mudo!

Não me defendo, não direi a verdade jamais,

Não mereço sua crença, o amor não valeu a pena,

Então vai, faça a sua justiça, malvada, injusta...

Partirei na certeza de que quem ama não condena!

Mary Trujillo

Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 03/10/2005
Código do texto: T56016
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.