Recordações
Só recordações restaram e a vontade
Do beijo celado na madrugada de amor...
Da vida jorrando, só eu e você, nós dois,
Dois galhos amararrados, numa só flor...
Quimeras, sonhos loucos de dois idiotas,
Que os espinhos sem dó alguma feriram,
Peitos dilacerados, abertos, indefesos...
Que frágil ninho nas nuvens construiram
Só recordações nos restaram e lágrimas
Regando, afogando todas as promessas,
Nossa fantasia rasgou, o brilho desbotou,
Um raio de imenso orgulho nos atravessa,
Sou uma parte lembranças... outra raiva
De mim, da vida, da hipocrisia, do mundo!
Amor não acaba, mas desprezado se perde,
Grito socorro e você acomodado fica mudo!
Não me defendo, não direi a verdade jamais,
Não mereço sua crença, o amor não valeu a pena,
Então vai, faça a sua justiça, malvada, injusta...
Partirei na certeza de que quem ama não condena!
Mary Trujillo