A mão de um pai
Mão pesada que me oprime
Mão que marca o meu rosto
No meu peito dor e ódio
Nos teus olhos tem desgosto
Nunca fui teu ideal
Mas perceba, não sou tua
Sou tão livre, tão mundana
Não sou vestes, eu sou nua!
Não reprimo minhas vontades
Não me importo com os açoites
Tantos socos, tantos tapas
Gritos e sermões na noite
Me deixe ver o sol nascer
Curtir minha energia
Falar quando eu quiser
Não posso ser reprimida
Não sou uma cópia de ti
Tenho o meu jeito de ver
Confronto e debato sim
Sem isso não sei viver
Tua mão tenta me oprimir
Mas teu soco não calou
Meu peito 'inda quer falar
A vontade não passou
Eu tento seguir em paz
Tua mão quer me sufocar
Meu choro desce no rosto
Meu coração quer voar.