A DOR É MINHA
Ela vem, Chega...
A gente não pede.
Invade sem pedir licença.
Não mede
O quanto irá nos ferir.
E nos deixa
Ávidos de sede.
Chega, vem...
Toma de assalto o peito
E nele faz morada.
E não tem hora para chegar:
Manhã, tarde, madrugada...
Quando percebemos,
Já tornou-se, de nós, enamorada.
Tudo depois
Que um grande amor se vai.
E a gente, por orgulho,
Não vai atrás.
Com medo do que os outros
Irão pensar, falar...
Porém, somos nós que
gememos os ais!
O amor se foi...
A dor chegou... e ela e minha!
Ninguém mais irá sentí-la!
Como novo amor, tenho apenas a dor.
Que me mata aos poucos; que minh´alma corrói...
Mas que, de amiga, já não dói.
Acostumou-se com o meu corpo e comigo.
Tornou-se então companheira,
Amiga fiel, verdadeira!
Como dói gostar de alguém!
Mas a dor é minha. De mais ninguém!