A DOR É MINHA

Ela vem, Chega...

A gente não pede.

Invade sem pedir licença.

Não mede

O quanto irá nos ferir.

E nos deixa

Ávidos de sede.

Chega, vem...

Toma de assalto o peito

E nele faz morada.

E não tem hora para chegar:

Manhã, tarde, madrugada...

Quando percebemos,

Já tornou-se, de nós, enamorada.

Tudo depois

Que um grande amor se vai.

E a gente, por orgulho,

Não vai atrás.

Com medo do que os outros

Irão pensar, falar...

Porém, somos nós que

gememos os ais!

O amor se foi...

A dor chegou... e ela e minha!

Ninguém mais irá sentí-la!

Como novo amor, tenho apenas a dor.

Que me mata aos poucos; que minh´alma corrói...

Mas que, de amiga, já não dói.

Acostumou-se com o meu corpo e comigo.

Tornou-se então companheira,

Amiga fiel, verdadeira!

Como dói gostar de alguém!

Mas a dor é minha. De mais ninguém!

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 10/07/2007
Reeditado em 10/07/2007
Código do texto: T559486