Tempestade
O céu lá fora ruge numa perturbada tempestade
Mas minha alma está calma
Estranhamente calma em sua tristeza
Porque no fim já se conformou
Que vai morrer com o coração cheio
Mas com o travesseiro do outro lado vazio
O céu lá fora se colore com raios cintilantes
Mas minha alma está cinza
Confortavelmente cinza em sua tristeza
Porque, sem opção, já compreendeu
Que vai compartilhar as mais preciosas memórias
Mas o resto vai ter que viver sozinha
(E viva a liberdade!)
O céu lá fora escurece e chove
Mas minha alma está seca
Duramente seca em sua tristeza
Porque, pela experiência, já se acostumou
Que lágrimas não trazem ninguém de volta
Que dramas não tornam as pedras nem um pouco mais suaves
O céu lá fora escondeu todas as estrelas
Mas acho que não as veria de qualquer jeito
Porque minha alma se escondeu dentro de si mesma
Como costumava ser, antes de tudo
Antes de deixar meu insensato coração se inebriar
A tempestade não dura para sempre
O céu vai logo clarear
E minha alma? Ela é forte
Entre relâmpagos e trovões
Sempre dá um jeito de levantar
Entre pancadas e arranhões
Já aprendeu a ser sozinha
Entre granadas e furacões
Vai viver, é sua sina