Reluzem as trevas do racismo
Luzes fascinam sempre os pobres mortais
E na Cidade Luz
Cheia de cores e amores
Um imigrante africano
Procura abrigo nas escadarias
Da famosa catedral
Para fugir do longo inverno europeu
E se enrola nas parcas mantas
E em profundo pranto, adormece.
Altas horas da noite
Uma matilha de homens civilizados
Rega o com álcool
E ateiam fogo em seu frágil corpo
E caem uníssono numa gargalhada infernal
A cena é dantesca, cruel.
E abomina o céu
O pobre em chamas
Sai em disparada
Gritando pela horrível dor
Que tragédia, que horror
Na Cidade Luz, ainda reluzem as trevas.
Do preconceito, da xenofobia e do racismo.
Sem dó, sem humanidade, sem compaixão.
Em pleno século VINTE E UM
Não sei se ele morreu
Ou se ele viveu
Só sei que o ser humano
Que nasceu pra ser humano
Tornou-se um lobo feroz
Indomável, maligno e cruel.
Um verdadeiro vampiro com forte desejo
Por sangue inocente