A Batalha de todos os Amanhãs
A claridade surgiu se revelando pelos vitrais das janelas anunciando o nascimento de mais um amanhecer.
Sentado na cama sua forma e existência patética eram tão visíveis quanto a sua alma moribunda.
O mundo lá fora é somente a extensão de seu túmulo, é mais um dia, mais uma batalha, mais um monstro para enfrentar e tudo se torna cada vez mais pesado e amendontrador.
Ao olhar pela janela do ônibus, seguindo para seu trabalho, se pergunta: "por que ainda estou vivo afinal?"
E quanto mais o tempo passa mais a gravidade o expurga da luz impulsionando à escuridão de seu próprio inferno, arrastando seus restos de forma tão natural que era como se estivesse levando-o finalmente para casa.
Era só uma questão de tempo.
Ah... O tempo. O maldito tempo era a razão da continuidade de sua dor.