Eu não sofro, eu pratíco depressão

Resolvi entrar em depressão

Quem fizera isso

Outrora por vontade própria

Afinal deveria ser

Pela família e amigos

Uma espécie lúcida de louco

Que razões

Que demônios

Tão insuportáveis

Tão inconcebiveis

Acarretaria decisão

Tão insuportável

Tão inconcebível

Aceitar por vontade

Livre e espontânea

A entrada de um agouro cruel

No próprio frágil corpo

A linha tênue

Loucura e sanidade

Para quem não mais suporta

É cortada

Arrebentada

Jogada fora

O que resta

É a solidão

Estas aí santa motivação

Os olhos pesam

A todo instante piscam

No entanto

Dormir é por demais trabalhoso

Provoca a vontade luxuriosa

Fechar os olhos

E jamais abrir-los outra vez

O café torna-se um aliado

O sono não se esvai

Contudo, a atividade

Trabalha como ninguém

A escrita vira uma viagem

Monta-se num trem

O destino é a lua

Bebo o capuccino

Doce de chocolate e avelã

Na boca é o paraíso

No sangue uma perdição.

Barb Fratis
Enviado por Barb Fratis em 10/03/2016
Código do texto: T5569944
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