A Lágrima do Poeta

Estou assentado em minha cadeira de espaldar reto.

Na mente vasa um incomodo pensamento.

Vasculho cada lugar do meu labirinto.

Sinto dentro do coração imenso tormento.

A tristeza toma conta e me invade por dentro.

Penso nos dias que já se foram e em todo meu passado.

Quem sou agora no presente se me é incerto o futuro?

Sinto a alma repleta de amargura e até medo.

Vivi para na terra só ver inúmeras desventuras.

Já não terei mais o beijo da mulher amada.

O meu pecado foi por dentro esquadrinhado.

Estou a beira de um colapso nervoso.

Os sonhos que sonhei tornaram-se de um louco.

Vago perdido entre os escombros do meu mundo.

Procuro-me em meio das gentes e do estranho.

Não vejo no amanhã um céu todo estrelado.

Aqui assentado na cadeira de espaldar reto

é que deixo cair a "Lágrima do Poeta".

Ela mostra o meu mar de inteira amargura.

Qual é o motivo dessa tristeza toda?

Descobri de repente em toda a minha poesia

que desmoronou meu mundo de alegria.

Meu rosto molhado é a completa prova

por onde derramei "A Lágrima do Poeta".

(J C L I S )

POEMA ESCRITO EM MEIA HORA.