Pareço bem
É quando sem muitas escolhas
Acabo sozinha
Que percebo a fragilidade de tudo que tenho
Aos poucos sinto me amarrada à solidão
Com o coração derramado
E furos abertos
Por aqueles mesmos que o mantiveram a salvo
E aos poucos jorro e me perco
Me esvazio de mim mesma
E fico oca, vazia
Uma casca que precisa fingir que está bem
Quando na verdade vem sendo carregada pela dor
Um sorriso ensaiado em frente ao espelho
Que esconde todas as lágrimas que preciso derramar
É quando olho para minhas mãos e as vejo vazias
Que percebo o quão sozinha me encontro no mundo
Sem que me ampare e me segure
Sem alguém para me ajudar a subir e enfrentar
E sozinha tenho enfrentado
Estes demônios que tentam me arrastar para as lâminas
Para o sangue e para toda a dor
Eles que desejam me derrubar em meus erros
E me deixar ali
Para morrer engasgada em meu próprio sangue
Se tento fugir eles me alcançam
Outra vez estou caída, nas garras dos que me ferem
Como posso fugir daqueles que estão dentro de mim?
Onde posso me esconder de mim mesma?
Resta esperar que me vejam
Resta esperar que percebam minha dor
Ou apenas sentar, e aguardar a morte.