Pareço bem

É quando sem muitas escolhas

Acabo sozinha

Que percebo a fragilidade de tudo que tenho

Aos poucos sinto me amarrada à solidão

Com o coração derramado

E furos abertos

Por aqueles mesmos que o mantiveram a salvo

E aos poucos jorro e me perco

Me esvazio de mim mesma

E fico oca, vazia

Uma casca que precisa fingir que está bem

Quando na verdade vem sendo carregada pela dor

Um sorriso ensaiado em frente ao espelho

Que esconde todas as lágrimas que preciso derramar

É quando olho para minhas mãos e as vejo vazias

Que percebo o quão sozinha me encontro no mundo

Sem que me ampare e me segure

Sem alguém para me ajudar a subir e enfrentar

E sozinha tenho enfrentado

Estes demônios que tentam me arrastar para as lâminas

Para o sangue e para toda a dor

Eles que desejam me derrubar em meus erros

E me deixar ali

Para morrer engasgada em meu próprio sangue

Se tento fugir eles me alcançam

Outra vez estou caída, nas garras dos que me ferem

Como posso fugir daqueles que estão dentro de mim?

Onde posso me esconder de mim mesma?

Resta esperar que me vejam

Resta esperar que percebam minha dor

Ou apenas sentar, e aguardar a morte.

Olinda
Enviado por Olinda em 01/03/2016
Código do texto: T5560246
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