A Verdade Assustadora
Quão assustado ele estava, relutante nas verdades que denunciavam a realidade da vida, não haviam formas de fugir ou evitar. E como poderia? Se a dor e as mentiras foram suas únicas compreensões, mentiras essas sobre futuros possíveis que não fossem de fracassos e escravidão.
O mundo é uma sombra viva que como um monstro faminto o devora de forma infame. Foram batalhas constantes baseadas em ilusões infantis sobre honra, bondade, perseverança, fé e amor, as enganações que lhe foram contadas através dos lábios de uma mulher que um dia confiou. E isso tudo é o que sempre foi.
Hoje enxergando com os olhos não mais cobertos por falsidades, livres de qualquer ingenuidade passível, ele vê que nunca houve alguma possibilidade, jamais seria feliz, jamais construiria ou conquistaria algo durante a sua passagem.
Sim, hoje ele sabe.
Sua existência é a constituição do inferno pessoal em si, somente dívidas a serem pagas do início ao fim, e com isso veio a segunda verdade inevitável, que a morte é única porta que o libertará de toda essa dor, mentiras e traições que somente conheceu.