Picadeiro
Meu pobre circo sem lonas
Sobras de um vendaval
Picadeiro destruído
Palhaços entristecidos
Temporal que os arrasta
Para as valas da agonia.
Amargam as bailarinas
A perda de todos os passos
Compassos desesperados
Angústia que alucina
Dor que corta as entranhas
Ante a plateia vazia.
As cortinas amareladas
Outrora guardavam surpresas
Quanto o alegre locutor
Anunciava a bandinha
Trapezista e malabares
Mágicos hoje trágicos.
As cores se desbotaram
Debandou a criançada
O homem do algodão doce
O pipoqueiro feliz
Os meninos violeiros
E sua última atriz...
Do mastro outrora imponente
Restaram farrapos dispersos
A embaraçar a saudade
Solidão que se agiganta
Farpas de toda a sorte
Ácido globo da morte.
Ana Stoppa
Meu pobre circo sem lonas
Sobras de um vendaval
Picadeiro destruído
Palhaços entristecidos
Temporal que os arrasta
Para as valas da agonia.
Amargam as bailarinas
A perda de todos os passos
Compassos desesperados
Angústia que alucina
Dor que corta as entranhas
Ante a plateia vazia.
As cortinas amareladas
Outrora guardavam surpresas
Quanto o alegre locutor
Anunciava a bandinha
Trapezista e malabares
Mágicos hoje trágicos.
As cores se desbotaram
Debandou a criançada
O homem do algodão doce
O pipoqueiro feliz
Os meninos violeiros
E sua última atriz...
Do mastro outrora imponente
Restaram farrapos dispersos
A embaraçar a saudade
Solidão que se agiganta
Farpas de toda a sorte
Ácido globo da morte.
Ana Stoppa