Noites... dias...
Noites de solidão. Noites de abandono, diferem-se do dia apenas pela luz que esse irradia, isso para o mundo, porque não vejo diferença, tanto as noites como os dias são só sombras e melancolia. Tudo é escuro em minha alma solitária, esquecida e rejeitada por quem oferecia a própria vida.
Noites, dias, nada muda, afinal, nem um nem outro tem o poder de acabar com o meu mal, de trazer de volta minha razão de viver, meu raio de luz, tudo o que preciso ter.
Noites, dias, para mim apenas horas que insistem em passar, vida que insiste em se doara para o meu ser, sendo que a muito já morri, por um imenso amor que ofereci a quem nunca foi meu, a quem sempre sorriu, amou, enfim, viveu, enquanto eu agonizava em meu sofrimento, me via sem saída por meu tormento, como se ele roubasse de mim seu fôlego de vida, como se pouco a pouco tirasse a luz de meu olhar para iluminar o seu, me deixando nesse vegetar, sem luz, sem cor, sem rumo, sem amor, sem nada...
Texto escrito em 01/02/2006