Corpo
Lua, interminavelmente bela, que vela doce o corpo adormecido, num beco estreito e sem fim.
Um beco sem janelas
Um corpo sem nome, sem gestos, sem face, sem roupa, sem abrigo, sem anjos e sem cor.
Um corpo que respira – pálido!
Sem estar verdadeiramente vivo
Não sorri, não sonha ou esbraveja
Rasteja e espera, com olhos cintilantes
A pele negra, e úmida e podre!
Um corpo cheio de vida
Um corpo cheio de morte
Sangrento deste mundo tão e somente cru!