Palavras que cortam e que machucam
Porque ela sabe que corta, ela sabe que machuca
Cortam como a faca no coração do pobre leitor
Palavras que rimam com o nada pelo vazio
Que no peito e no coração se esconde (também não vou rimar)
Ele se esquiva da faca porque humilde é
Mas ela vem sem misericórdia, sem dó
Ele a olha seriamente, ela sorri da maldade
Ele não sabe o que fazer diante de tanta crueldade
Ah criatura, desvias de mim tanto poder, tanto ardor
Nada te fiz, somente te quis, somente amor
Quem sabe assim se aquiesce o teu rancor
Pelo silêncio das minhas palavras, pelo silêncio do desamor
No silêncio da madrugada de palavras doces se fez
O amor, o carinho e derrubou o muro, se desfez
Caiu tudo no chão, os jamais e sentimentos escondidos
Que tiraste do meu peito e no turbilhão de palavras fiquei aturdido
Por isso levas a tua faca embora, esconde-a, joga fora
Quebre-a em pedacinhos se preciso for
O aço corta, ela é gelada como a dor que persiste
A dor que não tinha mas que agora existe
Não sejas o meu carrasco se não puderes ser o meu amor
Não sejas má podendo me dar calor
Sejas aquilo que puderes ser, sem pedir nada
Sejas aquilo que vi em você na madrugada!