SANGUE INOCENTE
Debaixo dos olhos de uma árvore
Protegido do forte calor,
Nos braços da mãe que do seio
Jorrava leite e amor,
Ninava o pequeno Vitor,
Kaigang de valor.
Parece que ainda vivemos
A barbarie de seculos atraz,
Onde o "outro" em nome da coroa
Mata com uma força voraz.
Muitos foram degolados
Jogados em valas no chão,
Semiterios de cabeças
Encontrados, como forma de exposiçao.
Sem alma, sem voz e nem vez
Eram vistos pelos rivais,
Aprisionados feito animais,
Expulsos de suas terras
Muitos povos nao existem mais.
Mais animal é o homem
Que por instinto mata sem piedade,
Bem no século XXI marcou a perversidade,
Degolar uma criança, enquanto se grita a liberdade.
Sagrado foi o seio que esse inocente mamou,
Sagrado é a lagrima que do coraçao materno brotou.
Sagrado o olhar do Vitor ao seu degolador,
Degolou um guerreiro que com 2 anos nos deixou.
Mas seu sangue manchou a terra sagrada,
Fez gritar a pátria amada
Dos povos, de toda naçao,
A morte do Vitor nao foi noticiada,
Porque será? E o motivo de tanta violencia? Racismo ou terrorismo?
Quem vai acalmar a dor de coraçao?
Foi na beira da estrada,
Em cima de uma calçada,
Que se foi mais um irmao!
Nhanderu acolha ele que seria o futuro de nossa nação.