A MORTE DA MINHA POESIA
A MORTE DA MINHA POESIA I
As gotas de ilusão e sonho que outrora habitavam em mim
Estão todas, uma por uma se esvaindo. Era isso que eu temia,
Sempre. Aos nove anos ouvi que elas se secariam. Literalmente.
Como todos eu fiz a resolução de eternidade. O eterno tem fim.
É triste e necessário, preciso anunciar: Minha poesia esta morrendo!
Eu que sempre fui fraca e me vesti dos versos, morro lentamente,
Será possível apressar o fim? Meu peito agora árido, como meu ventre.
Não carrego nada aqui dentro, ninguém. Só como ao mundo vim.
A MORTE DA MINHA POESIA II
Retornarei. Só. Quem matou a poesia? Não, ninguém a matou,
Ela morre agora por causa natural. Naturalmente ela se esvairia.
Mas então são duas mortes, pois não sou carne e sangue. Fui mais,
Fui carne, osso e não havia sangue. Havia poesia! Só como estou...
Morreremos nós duas. Ou ao contrário, apenas ela. Pois que sou?
Eu miserável e fraca, eu que nem branca nem negra, eu indecisa!
Eu que não o amo. Não como deveria. Eu egoísta e covarde. Ela.
Ela divina, correta e perfeita. Padece hoje e morrerá só, como vou.
Ela, poesia. A única verdade dentro de tudo. A poesia falecerá!
Chuva torrencial. Fechem suas janelas e desliguem as musicas!
Lancem meu corpo em qualquer vala comum. Mas a cortejem!
Quem sabe em meu seio pálido ela repouse mórbida e morna.
[E como guanxuma um dia, ela florescerá!
07/01/2016