Chamas na floresta

Sinto uma pequena gotinha

deslizando bem junto ao meu galho

é o orvalho da noite que cai para me refrescar,

hummm...que gostosa sensação!

Me aqueço bem tranquila, com o amigo sol ao lado.

Depois vou descansando

me virando com o calor.

Ah !que vida feliz eu tenho,

vivendo assim entre amigos...

Ora pela manhã, os pássaros me dão o sussurrar de música,

as vezes me divirto com o tremor forte do Irapuru,

ou me estremeço com o bailar de macacos.

A floresta está tranquila e feliz.

Meus galhos já são mais fortes,

e agora já vejo o norte.

Observo um ser, que nunca havia notado

é pequeno, carrancudo,

e também desajeitado.

Parou lá em baixo aos meus pés

e nem sei porque sinto medo,

de um ser tão pequeno e fraco.

Espera um pouco.... vejo um raio em suas mãos,

me salpicou um líquido, que começa a incomodar

Estou com medo! não posso me esquivar.

Encostou o raio no meu tronco,

começo me arder por dentro!

Entra em minhas entranhas

e choro como um tormento.

O ardor continua... minhas folhas se contorcem e caem.

Todos correm, voam para longe,

menos os que não conseguem correr ou voar

agonizando pela dor, morrem junto ao meu tronco.

Oh! ser rasteiro e horrendo, que trouxe só desamor,

Eu que cresci feliz entre os seres puros e

nem mesmo sabendo porque,

agora me contorço em dor.

Agonizante em todo tormento,

de meus galhos retorcidos,

e gritando num só lamento...

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 28/12/2015
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