Chamas na floresta
Sinto uma pequena gotinha
deslizando bem junto ao meu galho
é o orvalho da noite que cai para me refrescar,
hummm...que gostosa sensação!
Me aqueço bem tranquila, com o amigo sol ao lado.
Depois vou descansando
me virando com o calor.
Ah !que vida feliz eu tenho,
vivendo assim entre amigos...
Ora pela manhã, os pássaros me dão o sussurrar de música,
as vezes me divirto com o tremor forte do Irapuru,
ou me estremeço com o bailar de macacos.
A floresta está tranquila e feliz.
Meus galhos já são mais fortes,
e agora já vejo o norte.
Observo um ser, que nunca havia notado
é pequeno, carrancudo,
e também desajeitado.
Parou lá em baixo aos meus pés
e nem sei porque sinto medo,
de um ser tão pequeno e fraco.
Espera um pouco.... vejo um raio em suas mãos,
me salpicou um líquido, que começa a incomodar
Estou com medo! não posso me esquivar.
Encostou o raio no meu tronco,
começo me arder por dentro!
Entra em minhas entranhas
e choro como um tormento.
O ardor continua... minhas folhas se contorcem e caem.
Todos correm, voam para longe,
menos os que não conseguem correr ou voar
agonizando pela dor, morrem junto ao meu tronco.
Oh! ser rasteiro e horrendo, que trouxe só desamor,
Eu que cresci feliz entre os seres puros e
nem mesmo sabendo porque,
agora me contorço em dor.
Agonizante em todo tormento,
de meus galhos retorcidos,
e gritando num só lamento...