TESTAMENTO DE POETA
Hoje, o amor parece uma peça de museu,
Uma obra de arte esquecida.
Jaz Morfeu!
Vivi escrevendo, descrevendo
(se é que é possível),
Encontros e intemperanças,
Tempestade e bonança.
Falei de rosas e espinhos,
De caminhos de pássaros em busca
De ninhos.
Fiz serestas (nunca dominei um instrumento),
Louvei sentimentos, chorei nas despedidas dos
Amores proibidos.
Fui sem nunca ter sido um tenor, espalhei
Lirismo, versos enternecidos ao público leitor.
A boêmia, (caros amigos), foi minha fiel
Companheira, dama noturna de encanto e
Beleza, lua dos olhos meus.
Expondo minha alma em frágeis linhas,
Ocultei as dores que habitavam minhas entranhas.
Fui poeta sem querer, tudo o que deixei é
Verdadeiro, embora esteja na prateleira
Á mercê da poeira...
Perante o juiz maior (Deus), assino a expressão
Da verdade.
Documento protocolado, um legado.
Deixo aos escritores da nova geração, uma obra
Completa,
Minha vida de poeta!