TESTAMENTO DE POETA

Hoje, o amor parece uma peça de museu,

Uma obra de arte esquecida.

Jaz Morfeu!

Vivi escrevendo, descrevendo

(se é que é possível),

Encontros e intemperanças,

Tempestade e bonança.

Falei de rosas e espinhos,

De caminhos de pássaros em busca

De ninhos.

Fiz serestas (nunca dominei um instrumento),

Louvei sentimentos, chorei nas despedidas dos

Amores proibidos.

Fui sem nunca ter sido um tenor, espalhei

Lirismo, versos enternecidos ao público leitor.

A boêmia, (caros amigos), foi minha fiel

Companheira, dama noturna de encanto e

Beleza, lua dos olhos meus.

Expondo minha alma em frágeis linhas,

Ocultei as dores que habitavam minhas entranhas.

Fui poeta sem querer, tudo o que deixei é

Verdadeiro, embora esteja na prateleira

Á mercê da poeira...

Perante o juiz maior (Deus), assino a expressão

Da verdade.

Documento protocolado, um legado.

Deixo aos escritores da nova geração, uma obra

Completa,

Minha vida de poeta!

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 02/07/2007
Código do texto: T549148