PERDÃO TARDIO.
Minha pena muda pego
na escrivaninha empoeirada,
palavras vãs, não nego,
não servirão de mais nada!
Contudo, calar não consigo
cambaleante em total pobreza
faltou-me sim a nobreza
do perdão não concedido... Digo:
Quisera voltar no tempo agora
dizer que está tudo bem...
Mas você foi embora
e o meu perdão não serve pra ninguém...
Da ferrugem que já foi tinta
versos pobres esses meus
quero apenas que você sinta
de coração, vá com Deus.
Talvez um dia nos encontremos
em pastos verdes, celestial,
e juntas, de tudo riremos e falaremos
tanto do bem, quanto do mal...
Guardarei com carinho na memória
fatos que fazem parte da minha história
e ao me contar estarei lhe contando
e, assim, em vida, lhe perpetuando.
DESCANSE EM PAZ.