Carta aos Vivos
Pra você que fica,
Vivo e sobrevivendo
Se arrastando até a próxima esquina...
Deixo a minha total admiração.
O coração que bate descompassado
Mesmo estando em pedaços,
És fortaleza...
Tem os meus mais sinceros aplausos.
Ao sangue vermelho carmim
Que circula nesse corpo frio,
Persistente, mesmo que em vão...
Faço reverências diante de tal espetáculo.
Pra você que fica, guerreiro,
Deixo minha fraqueza e covardia
Por não ser eu quem tu és.
Deixo minha inveja e despeito
Por não ter a sua coragem.
Deixo minha angústia e dor
Por não ser dona da força que tens.
E, principalmente, deixo minha paz
Por não ficar.