O horizonte o qual vislumbro
O horizonte o qual vislumbro com veneração
Apagou-se de súbito, entre as brumas e tempestades
Ao cobrirem de cinzas, meus olhos fatigados pela agonia
Devaneios os tenho muito, pois são fruto da monotonia
Há algum tempo, assim se traduz minha vida
Cujos dias passam à anos-luz da inteligência
A qual tento dar vasão, a fim de, verter talvez
Essa vexatória e protestante realidade
Ao deixar-me ferida a dignidade
Uma paisagem mortífera incide sombria
Sobre meus olhos a lacrimejar
Quase fechados pelo receio de encarar
O desdém veraz do próximo
Sou o filho à margem da valorização, meu sinônimo é aberração
Com o lamento ignorado, sou a mácula dessa geração!
Um jovem incompreendido e silenciado
Para muitos, uma era que já se findou na escuridão
Os com quem convivi, não desmintam minha luta
Saibam que empunhei a mais pesada arma da sobrevivência
Com impavidez caminhei de cabeça erguida,ao destino sonhado
Eu jurei que antes da partida
Ainda ajudaria a perpetuar a família
Através do amor, manteria suas raízes mais profundas: vivas
Mesmo ao pisar muitas vezes em infindáveis espinhos
A dor que sentia, ignorei-a como de praxe sempre fiz
Eu chorei sim, mas como sofrimento aprendi
A ser alguém forte doravante
A usar meu jeito problemático e inconstante
em prol da busca pela sabedoria incessante
Por isso não me levante falso testemunho
Pois é pequeno o mundo, pense agora!
O jogo da vida gira em roda moinho enfim
Um dia quem sabe, você precisará de mim