Não mais

     No fundo dos meus olhos
        Explode a dor em lama
Cadáveres de sonhos deslizam chorosos.
No fundo dos olhos o rio.

O rio outrora doce
Agora jaz.
Em sua goela, sob a noite 
O estertor ...
Surda, a lama dorme em berço esplêndido 
nos vales corruptos.

Ó morte filha da insensatez
Dança,  dança sua frenética estupidez!

Desfila sua dura cerviz sobre o rio.  O rio?
  Não mais o rio.
 Não mais os peixinhos,
 a relva,   e os olhares febris dos pescadores.
Não mais a terna preguiça dos finais de tarde...
Não mais o riso das criancas embalando o sono do rio..
                         Não mais.







goela aberta sobre a noite
O estertor