BALADA DO AMOR PERDIDO
BALADA DO AMOR PERDIDO
Marcial Salaverry
Um amor perdido fere o coração,
quando faz findar uma ilusão...
Chega a abrir uma ferida,
quando a esperança é perdida,
e quando se está apaixonado...
O coração fica magoado...
Tudo parecia perfeito,
e agora, não adianta, não tem jeito...
Imaginava-se um porvir risonho,
foi tudo um sonho,
e o coração parece não mais aguentar,
quando se deixa de amar...
Sempre se chama aquele nome,
se do amor se sente fome...
Fica aquela frustração,
amargurando o coração...
A tristeza do amor perdido,
sempre deixa alguém magoado, ferido...
Sempre fica uma triste e doce ilusão,
uma réstia de esperança no coração...
Um amor que se pensava grande demais,
e que não desapareceria jamais...
Perdeu-se do amor a beleza,
ficando o coração mergulhado na tristeza...
No auge da tristeza, entrega-se à bebida,
para afogar a alegria perdida...
Marcial Salaverry
Poema inspirado na música O ÉBRIO, de Vicente Celestino
"O Ébrio"
(Cantor: Vicente Celestino)
Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo