No interno de mim
Não tenho mais certeza alguma
Daquilo que penso e que digo,
Nem de todos os meus sentimentos
Pois tudo que vivo tornou-se agora,meu inimigo.
Luto todos os dias
Por poder ver mais um outro
Mesmo que a cada respirar
Isso pareça tão pouco.
Subjugada por meus medos
E escrava da minha solidão,
Receio-me de acordar numa manhã
E não sentir bater mais,o coração.
Porém ainda que com todo esse fardo
Minha alma liberta-se e encontra esperança,
De que eu um dia escape, inteira
Das intermináveis torturas que a vida me lança.
Atirada ao chão e massacrada pelo meu pesar
Não compreendo para quê existe o amor
Pois a mim parece,apenas, uma maneira
De se implorar,para sentir dor.
Presa e amarrada à enormes correntes
Unindo tristeza,amor e desolação
Lembro-me de que sentenciei-me ao purgatório,
Que sabia como seria,quando aceitei a paixão.
Por diversas e intermináveis vezes
Sinto quão intensa é a violência desse sentimento,
Ao poder avistar de perto a morte,
De tão arrasadora a dor que sinto por dentro.
É tão real que chega a ser tangível
O desespero no qual eu agora me vejo,
E a mesmo tempo se torna impossível acreditar,
Tão arrebatadora a sensação dento do peito.
Não tenho lugar para onde fugir,
Nem alternativa à sentir-me assim,
Pois tudo o quanto me fere e me mata,
Mora agora, no interno de mim.
Bárbara Dias