Emboscada
Caiu de gaiato, fechou o círculo da cilada
Ficou no meio da jogatina
Usado
Abusado
Degustado como caviar no prato
Lambido até o osso
Explorado de cérebro, e pescoço
Mão, e ombro amigo
Quando não era possível mais o retorno
Atolado até as alturas
Acordou da armadilha
Sem chances de saída
Espezinhado, foi
Renegado e amaldiçoado, tornou
Bandido e vítima
Caduco
O tempo passou,
O gasto provou
O sabor do ser resto
O amargo de ser passado
Agora vive sentado ao barranco
Aguardando os donativos
Quando chegam, requentados
Sempre, depois dos outros
Preterido está
É a regra do jogo
Para si
Sem chances de acerto
O trem partiu
Pai e mãe, velados
Filhos, vitimados
Efeito da cilada
Restou o futuro
A estratégia consumada
O riso cessado
A morte preparada, encerrando