Torrentes

Ainda não sei com o que eu me identifico

Nas faixas de mãos sou trilha desgarrada

Nos planos arquétipos sou tétrico, oblíquo, pasmo,um nada

Nas expectativas de sol torrencio como dos céus viessem rios

Pensei ser um guru dos tristes

Impostor rebelde e carismático

Sempre com o dedo em riste

Sinto-me às vezes o protótipo do tolo

Sem assentar dos meus sentimentos parvos

Um sequer tijolo

Procurei por dentro o padrão de ingênuo

De sentimental romântico e trêmulo

Mas nenhuma mísera afinidade com algo conhecido me socorre

Por que então não nos esquece e morre?

Alguém menos paciente diria

E eu, acatando a ideia...

Um dia, quem sabe, também relutando...

Acederia?