Relembrança
Quem me dera acordar e tudo
Ter sido primavera...
Juntar o sol ao olor
Dela: a flor..., a rosa... Ah! Quimera!
Ah, quão bom seria a vida,
A vida assim, sem fera.
Unida sem pranto e nem dor
Quisera voar tal qual um condor!
Planando, planando...,
Nas alturas só assim ninguém veria
As amarguras de meu olhar
Que emerge o sangrar do âmago.
Tantas..., tantas tristezas e dores.
Tem cor. - escarlate, mas não de flores!...
São só de mágoas e dissabores.
É a vida que suspiro com desgostos...
Essa selva – que nos torna cativos
Prisioneiros do abismo deste mundo
Minh'alma se debate neste combate
Ferrenho a quem eu denomino vida!
Meu Deus! Todas as coisas Tu podes.
Arranca de mim com teu braço forte
Este coração sem norte e o refaça...
Refaça-o transbordando no cálice de alegria.