Ardente devaneio

Ardente devaneio

Ao algoz Deus diante de minha face,

Aos pesadelos intermináveis pairando o paraíso,

Ao todo voraz pecado dominante,

Eu despeço minha alma.

Refletindo minha dor, minha morte e minhas cinzas.

Flutuando sobre um mar incandescente

De marés violentas

De mundos distorcidos, de vidas não mais assistidas.

Toda lágrima do pranto angelical

Em minha face corrompida,

Em meu dorso esfarrapado,

Em minha consciência fragilizada.

Cantarei perante os destroços de Hades,

Farpeando querubins duramente.

Olhos de uma humanidade aprisionada em mim,

Durante severas guerras às margens de covis de sangue.

Sábia alma, fiel devoção.

Perdão, meu pai.

Esquecido pela loucura, enjaulado pelo abandono.

Feridas incansáveis, esperanças findáveis.

Leve-me deste atordoante subconsciente.

Dê fim a esta irreparável e desvanecida entidade.

Le Cygne Noir
Enviado por Le Cygne Noir em 16/11/2015
Código do texto: T5450102
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