UMA LÁGRIMA
Olhos incertos, abertos para o mar,
Tristeza estranha; me arranha,
Penetra além das entranhas,
Desmede, me impede de contemplar...
Franzo a testa, suo o face entardecida,
A canção do vento, não alivia a inquietude,
Vontade de navegar... navegar... ganhar longitude,
Enlouquecer, vencer meus medos, ser atrevida.
O medo é maior; desfeita em pedaços, nada faço,
Retinas agora, voltadas para a areia,
Com o suor, uma lágrima se funde, passeia...
E o mar, resplendido, matizado, se torna baço.
Curvo os ombros, fico ali, quedada, pensante...
E nem mesmo o acaso, me enternece nesse instante.