Poema da eterna sina
Sem alma, sem amor, sem nada,
Vagando ao luar, sinto o momento,
Enquanto as flores param, cheiram, exalam
E os poetas escrevem a poesia exata -
Porém vejo a vida vertida sobre o medo
Que faz-me amar as que me amavam...
Se em sonho, ou pela dor, eterno sofrimento,
Eu vivia com a pena da eterna sina:
Ser o que queria ser sem ser, sofrendo,
Por não ser, sendo, ainda...
Então, desmaio de admiração por aquilo de que me envergonho
E desejo ser o que eu já atingia, enfadonho,
Por conseguir o inatingível...
E a minha vergonha era maior por viver num sonho
Que jamais atingiria, apesar de tê-lo feito, pois escolho
Nunca tentar fazer algo que já fiz, pela primeira vez, o que é incrível...