Nos ultimos momentos
Dos meus pulsos vertem sangue
Em meus olhos, sonhos distantes
Agridoce é o sabor que tempera meu ultimo romance
A vida foi um flerte
Com a alegria de um sonho
As trevas deu-me o Doce Sabor
Do dissabor de amar
Parto sim, pesado como uma montanha
Mas eis que pernas fortes eu tenho
Pois ganhei em vastas andanças
Em busca de quem me concedesse uma dança
E na dança da vida, a todo momento
Há uma despedida
Uma lagrima,sobre o peito caida
Que cadencia, a partida que nos é particular
E antes de partir, eis o meu dissabor
Pois morri de amor, ainda que respirasse
E respirei, e não encontrei algo que aplacasse
A dor, de em vida, não ter conhecido um amor que durasse
Mas parto em paz, de escolha propria
Com o coração cheio de tristeza, mas nada que me cause remorço
Pois sei, que o meu pecado
Foi não me atentar ao devido recado
Que a minha raça veio pra disseminar
Que o amor, pois mais belo e vivido que seja
Não há que dure, para sempre, como o brilho das estrelas
Pelo simples fato,de não termos o tato, de amar sem querer dominar
Sem querer nos apossar e transformar
Da rosa que ilumina nosso jardim
Em uma arvore que nos faz sombra sem fim
E eu sei, agora que minha visão escurece
Que eu não errei em verter meu sangue pelo amor
Amei, e não conheci o que é ser amado
Mas de fato, repito, isto me é um mau perpetuado
Por um sonho que não quis deixar de sonhar
Que foi acreditar
Que o Sol é uma sinfonia de amor
E ignorar que a vida
É repleta de dor.