De Malas Prontas
Não, eu não quero mais ler jornal nem revista, quero ser Pollyanna;
Não quero mais ouvir só notícias fatídicas ao longo da semana;
Nas ruas, lares e lojas só o horror e o vergonhoso ecoa e predomina;
Traições, golpes, sustos a cada esquina, e pior ainda é saber que tais assuntos a muitos fascina;
Estou de malas prontas para o reino da poesia;
O filtro do absurdo absorve o ruído dessa histeria;
Levo comigo uma pequena valise de dores antigas, mágoas, e uma única ampola de realidade do meu dia a dia;
Que é para eu não esquecer de quem fui, mas desisti e fugi;
Meu reino agora é de versos, flores e colibris.
Não busquem por mim, não veem que eu nem bem me fui ainda e meu espírito já não está mais aqui?