Não aceito envelhecer
Não abotoo a manga da camisa tão rápido como outrora,
Não sorrio tão fácil, nem canto tão alto brincando de espuma.
E essa poesia intimista só se arraiga em mim. Vivo o agora.
Sou o que sempre quis. Como peixe aprisionado em escuma.
O tempo passa e ainda não aceito. Não aceitarei a eterna partida,
Não aceitarei essa completude desmedida, como fosse um final.
Os anos aqui estão. Como aceitar que não sou mais a mesma?
E quem sou? Sou alma inquieta, insatisfeita em eterna despedida.
Esse meu olhos não querem se fechar e às vezes, nem mesmo abrir.
As décadas se construindo, os sonhos se realizando e se ruindo.
O tempo é cruel. Não o que se passa, o que não permanece em mim.
Apesar de tudo, ainda está aquele cerne intacto, inquieto sorrindo.
04/11/2015
*meus versos envelhecem como eu.