Sem adeus

Sem adeus

Rosa não me disse adeus,

também não me disse nada...

Na noite envolvida em breu

saiu esquisitamente, calada

no escuro se escafedeu...

Rosa, minha flor despetalada

nada levou na bagagem,

triste, só, seguiu viagem

com os olhos imersos n'água...

Só fez-me um aceno frio;

senti seu peito vazio

de amor, mas cheio de mágoas.

Oh, dor que acompanha o amor!

E ali eu não quis chorar...

mas meus olhos marejados,

sorriram, dissimulados,

camuflando minha tristeza;

com angústia e frieza um fardo

foi criado das incertezas

que no peito atormentava.

Se amar é prezar a liberdade,

foi só por amor que a deixei ir embora...

E agora?

Não há mais horas, já é tarde...

O que farei com as saudades

de Rosa, flor tanto amada?