NOVEMBRO
Novembro nasce agora,
Como nasce uma flor de primavera,
E eu não sei o que fazer,
Com essa angústia que me devora,
Não sei o que fazer,
Com os sonhos perdidos na atmosfera,
Com o novo amanhecer,
Com a dissonante melodia,
Com o cansaço de fim de ano,
O acúmulo de planos,
Com os danos,
Com a alma erradia,
O que fazer com a travessia,
Com as estrias de nanquim,
Com o vão, com o não, com o sim,
Com o ponto de interrogação,
?
Não sei o que fazer dessa poesia,
O que fazer de mim.
...Sei que agora, novembro nasce,
Primaveril, alheio ao meu impasse.