As fadas: Rosas secas
Estamos com o sereno noturno,
Divisa-se a rua numa prassa iluminada,
O mar, com ondas, maresia,
Desmorona pedaços de rocha, soturno,
E faz a reia na praia banhada
Pela espuma que o oceno já fazia...
Ali, a vida e a morte, competem numa peleja medonha,
Os pescadores, os peixes, os visitantes e restaurantes,
Os loucos, malfeitores, as prostitutas, os amantes,
Tudo parece corroborar para um abraço insano
Da morte e da vida; porém há algo em minha vergonha,
Algo que eu não engoli: Crianças, pudera contagiantes,
Com a fantasia brincar e aproveitarem a infância inocentes -
Porém são assediadas, estupradas, exploradas -azar profano...
As fadas e ninfas escondem-se nesses lugares
E dão lugar aos espectros noturno iluminados ao luar
E o mar, com seu cheiro, vem chorar nos amantes;
Oh, paixões, amores de hoje e antes, sois vulgares
Nessas fadas e ninfas que pudera las amar;
Porém só vejo degraça e vergonha, sem musas interessantes...
Antes bebês lindos, amamentados e bem criados,
Hoje crianças vulgares, amléficas, desgraçadas;
Ontem crinças sadias, lindas, arredias, sem medo ao sol raiado,
Hoje prostitutas, infectas, magoadas, imundas, desperdiçadas...
Oh, Deus, quem são essas desgraçadas que jamais serão felizes? Quem são?
Se a vaga se cala e desenrola sem culpa sobre o mar,
Se os homens as tomam, sem culpa para doar,
Se o amor não existe, se a cólera persiste na ação?
Dize-me voz, oh belas musas,
Musas eternas, meduzas...
São mulheres escravizadas, antes desmascaradas, sem medo, com razão,
Hoje são imundas, pequenas vagabundas, sem luz, sem ar, sem razão;
Ontem a janta no lar, as paqueras saudáveis, o amor para dar,
Hoje uma depressão profunda, putas estupradas, que tem prostituição para dar...
Existe uma nação que a bandeira empresta para cobrir tanta infâmia e covardia
E deixa-se banhar nessa festa de anto impuro e bacante fria,
Oh, pais, guardem suas crianças, mostrem que tal nação felicidade merecia,
Casais de amor, adotem essas crianças, dêem um basta, salvem as fadas que floresciam...