Boca do Inferno

Sou um ser sem vida

Aqui provo meu arrepio

De mostrar minha ida

No inferno

Fui corroído

Fui dolorido

As árvores morreram

As flores desapareceram

Ficou o corpo

Cai no abismo

Vi minha escuridão

Toda aquela podridão

Dos meus dias

Um trator tirou meu coração

Colocou em cima de um facão

Deixando o sangue escorrer

Enquanto perdia meu viver

Padeço nos dias diurnos

Morro nos dias noturnos

Em quarto trancado

Corpo adormecido

Peço aos céus

Onde me sinto réu

Por favor

Não me deixe morrer

Não me deixe padecer

Se tiver que acontecer

Leve ao paraíso

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 26/10/2015
Reeditado em 22/03/2016
Código do texto: T5427341
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