Boca do Inferno
Sou um ser sem vida
Aqui provo meu arrepio
De mostrar minha ida
No inferno
Fui corroído
Fui dolorido
As árvores morreram
As flores desapareceram
Ficou o corpo
Cai no abismo
Vi minha escuridão
Toda aquela podridão
Dos meus dias
Um trator tirou meu coração
Colocou em cima de um facão
Deixando o sangue escorrer
Enquanto perdia meu viver
Padeço nos dias diurnos
Morro nos dias noturnos
Em quarto trancado
Corpo adormecido
Peço aos céus
Onde me sinto réu
Por favor
Não me deixe morrer
Não me deixe padecer
Se tiver que acontecer
Leve ao paraíso