Meus moinhos
Olho para a cidade silenciosa
jaz um silêncio ensurdecedor
cães ladram amedrontados
galos cantam pelos cantos
no campo de pouso turbinas
parecem lavadeiras!
Pensamentos hostis devoram-me,
sinto-me um antílope manco!
O passado, porém, se faz presente,
eternizando meus dengos,
fazendo velar-se o meu amanhã!
Este silêncio não me corrói o íntimo.
O que me corrói é a minha vida,
não esta, mas aquela!
Este silêncio me trouxe a refletir
sobre o meu moinho!
Como num susto, arrancou-me do poço!
Meu moinho é movido pelas águas,
o passado trouxe-me a este silêncio,
de tentar adormecer. Insucesso!
Águas passadas movem os moinhos
resgatando do fundo o mais precioso!
O coração parece não ter vida,
parece clamar por respostas!
Respostas inconfessas
bramam feito a fome!
São batidas que ecoam em meu ser
que dorme enquanto pensa
e desperta enquanto dorme!
De tudo que não quero uma única coisa:
........................................................
ouvir o silêncio dos meus moinhos!