Rosas de chifres
Eu vejo a flor nascer,
Que vem toda avermelhada
Meio envergonhada.
Vejo-a crescer.
No orvalho da madrugada
Antes do amanhecer,
Mesmo sem saber
Por mim, é observada.
Há então o medo repentino
De saber a que lado ir
O toque de espinho a sentir
Em seu noturno destino.
Morre a flor na mão da amada
Que nem sabe dos chifres que tivera,
Talvez calada ficasse, mas soubera
Pobre coitada, desgraçada.