UM POEMA REFUGIADO
Homens refugiados sem direção
Caminham para fugir do medo
No degredo não têm a condição
Arrastam-se famílias dizimadas
Espezinhadas sem ter uma nação
Noção de angústia dor e covardia
Tarde se arrepia uma falsa moral
Sociedade que não ama por igual
Tudo é a hipocrisia das lágrimas
Que escorrem brandas e sem sal
Para chorar uma criança que morre
Faz-se uma reza e vendem-se jornais
De notícias cruas vagas e fatais
Que animam a humanidade canibal
A vergonha anda por aí distraída
Em francas orgias de dinheiro rival