A DÚVIDA

Queria os versos que de minhas mãos fugiram,

Queria os sonhos que tantos dormiram,

Queria o amor que poucos viveram.

Minhas horas são tristes

E nas linhas das mãos

Prevejo saudades.

Os olhos amanhecem

Nas asas dos pardais.

Não chove,

Não tenho lágrimas.

Também queria ter

A força que dizem ser da fé

E a esperança dos que sofrem

Acreditando em melhores dias.

Mas o espelho da alma

Reflete apenas a sombra

Deste desejo.

Eu nunca saberei

O quanto fui amado,

Ou esquecido.

De repente, o vento para de soprar

E sobre a relva o sereno desliza

Como um beijo verde dado na vida.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 02/10/2015
Código do texto: T5402566
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