A DÚVIDA
Queria os versos que de minhas mãos fugiram,
Queria os sonhos que tantos dormiram,
Queria o amor que poucos viveram.
Minhas horas são tristes
E nas linhas das mãos
Prevejo saudades.
Os olhos amanhecem
Nas asas dos pardais.
Não chove,
Não tenho lágrimas.
Também queria ter
A força que dizem ser da fé
E a esperança dos que sofrem
Acreditando em melhores dias.
Mas o espelho da alma
Reflete apenas a sombra
Deste desejo.
Eu nunca saberei
O quanto fui amado,
Ou esquecido.
De repente, o vento para de soprar
E sobre a relva o sereno desliza
Como um beijo verde dado na vida.