VISÃO DA TRISTEZA
A dor está perdida em seus tecidos, sim,
contida, controlada, num recurso leve.
Nem sempre tão falaz, mas sugestiva, breve,
repleta da tristeza que torna ruim
até olhar o céu, contemplar o jardim,
perder tempo, brincar, jogar bolas de neve
ou mesmo repensar, refazer o que deve...
No quadro começado, retocar naquim.
É fácil registrar alteração atroz,
nas linhas do seu verso que é tolhido, fero,
já sem poder lograr, de um modo mais sincero,
encontro mais feliz, remido, não feroz...
Eis que concebe o plano pérfido e ousado:
contra tudo em que crê, com ânsia razoável
é certo que consegue, já quase friável,
partir, correr dali, exorcizar o lado
ferido e com horror sair sem ser notado,
buscando evadir-se do imponderável.
Queda real até não mais ser escrutável
e ali restar sem fé, na dor de um condenado.
A dor está perdida em seus tecidos, sim,
contida, controlada, num recurso leve.
Nem sempre tão falaz, mas sugestiva, breve,
repleta da tristeza que torna ruim
até olhar o céu, contemplar o jardim,
perder tempo, brincar, jogar bolas de neve
ou mesmo repensar, refazer o que deve...
No quadro começado, retocar naquim.
É fácil registrar alteração atroz,
nas linhas do seu verso que é tolhido, fero,
já sem poder lograr, de um modo mais sincero,
encontro mais feliz, remido, não feroz...
Eis que concebe o plano pérfido e ousado:
contra tudo em que crê, com ânsia razoável
é certo que consegue, já quase friável,
partir, correr dali, exorcizar o lado
ferido e com horror sair sem ser notado,
buscando evadir-se do imponderável.
Queda real até não mais ser escrutável
e ali restar sem fé, na dor de um condenado.