Exagero sincero
Tenho tomado drágeas de insensibilidade
E o gosto amargo não apetece o paladar
Se não fosse a poesia trazendo saciedade
Teria morrido, sem almoço e sem jantar
No exagero dessas rimas, toda a verdade
Descortinando essa vida, de paredes nuas
Não há quadros, e nem cores, só saudade
Adentrando sem licença, a vida que é sua
Sempre será, passe o tempo que passar
No poema pequeno, até inspiração acabar
Pois só existo, quando estou a te lembrar
No exagero das rimas, esperança no olhar
Que vai se cansando, na tristeza rondando
E não sei se vou suportar, é só um aviso
Estou tentando, teimando, e até versando
Sobrevivendo, respirando porque é preciso
Não roube de mim a única alegria que tenho
Não sou de pedir muito, o pouco é contento
Meu brilho é pequeno, mas não sei se venho
Amanhã talvez não me veja, estou morrendo.